segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Liberdade - Cecilia Meireles

Devia existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto á fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam “ Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, nossos avos cantaram: “ Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil”; nossos pais pediam “Liberdade/ abre as asas sobre nós”; e nós recordamos todos os dias que “O sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria...” – em certo instante..
Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.Ser livre – como diria o famoso conselheiro... – é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é se responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado – é proclamar o triunfo luminoso do espírito

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